terça-feira, 17 de outubro de 2017

Ainda sobre ontem...

E agora já não com as lágrimas a correrem-me pela cara.
A minha irmã disse-me para acompanharmos todo o processo do funeral. Porque agora, cada vez mais, é algo que vai acontecer, e que temos de saber o que fazer.
Assim foi.
Claramente não fui preparada em formação cívica para aquilo.
A manhã de ontem começou pela retirada das ossadas. Em síntese, a minha avó foi enterrada no mesmo sítio que o meu avô. 
E caramba. 
Nós não somos nada mesmo.
Somos alguém que nasce, vive e morre. E no fim, ficamos reduzidos a um conjunto de ossos. Nem roupas, nem caixão, nada. Só ossos.
Estamos num estado tão efémero que quebrei um pouco por não o conseguir aproveitar da forma que sonhei um dia.



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