quarta-feira, 8 de abril de 2015

Nós, mulheres

Cada vez mais, e ainda bem, que a nossa sociedade alerta para o preconceito. Figuras públicas dão a cara. Magras ou não. Não interessa. A mais polémica e recente foi Jessica Athaide. Que depois de um desfile foi alegadamente chamada de gorda. Depois disso escreveu um texto, em como nós mulheres somos más, umas com as outras. E é a mais pura das verdades, confesso. Eu, magra, também já comentei sobre outras mulheres. Não vos vou dar nenhuma hiprocrisia marada. Confesso, não tanto sobre peso, mas sobre a roupa que escolhem para o seu peso. E não acho que nao tenha razão. Cada mulher é uma mulher, e cada uma de nós tem roupas que lhe assentam bem e outras mal.
Sabem a adolescência? Aquele período em que o nosso corpo cresce devagar devagarinho, ao pé de outros adolescentes, a maioria com mentes mázinhas mázinhas. São as hormonas, talvez.
Eu era magrinha magrinha. Fui chamada de palita, tábua, etc etc. Também fui chamada de anorética. Apesar de não, nunca o ter sido. Sempre gostei de comer. Simplesmente, o meu metabolismo é um pouquinho mais rápido que a média, e sempre tive uma bruta dificuldade em engordar. Ainda hoje - apresento-vos uma rapariga de 23 anos que veste roupas de quando tinha 14! E é na boa - poupo bué dinheiro e vai na baila as cenas voltam a estar na moda. 

A cena é... tanto se fala, tanto se fala e nada se diz. E nada muda. Foi lançada uma campanha pela Victoria Secrets com pessoas magras. Vai de lançar uma contra resposta com pessoas gordas.
E atenção, que aqui magras e gordas estão escritos apenas para sermos diretos ao assunto. Porque, honestamente, as 'magras' não são assim tão magras quanto isso. Estão bem. E as 'gordas' também não acho que as possa chamar assim. Vá, estão acima da média do peso.
Mas isto também foi só um aparte, para não me chamarem já milhentos nomes.

As nossas crianças são criticadas por tudo. Pela cor da pele, pelo facto de usarem óculos, aparelho, serem gordas ou magras, não terem roupas de marca... As crianças são mázinhas umas com as outras. Cabe aos pais educá-las. E cabe à sociedade dizer-te:
Ser diferente é normal. Então, por favor, parem de utilizar campanhas onde precisam de ofender as mulheres que não pertencem à classe que estão a defender. Somos todas mulheres caramba.
A lingerie foi feita em todos os tamanhos, great! Então usem mulheres de todos os tamanhos dahh!

E por favor, tirem de lado os distúrbios alimentares daqui, que essa é outra história. É como disse. Há roupa de todos os tamanhos (ou devia) e lingerie. Tal como existem mulheres de todos os tamanhos. E dificuldades enormes em engordar ou emagrecer. Mas se nos sentirmos um niquinho melhores connosco mesmas, se nos sentirmos um niquinho mais bonitas (a lingerie tem esse poder), então o processo, independentemente de qual, será muito mais fácil. A auto-estima das mulheres será mais elevada. E finalmente, vão deixar de se olhar a si mesmas como os outros as olham, e começarem-se a olhar por aquilo que são realmente.

Prevejo uma queda na violência doméstica a pique. Mas isso fica para outro dia.


Campanha publicitária da marca de lingerie Lane Bryant em resposta à campanha realizada pela Victoria's Secret.


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